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Áreas

Hematologia Clínica

Hemograma 
Hemograma é um exame realizado que avalia as células circulantes no sangue, que são divididas em três tipos: células vermelhas (hemácias ou eritrócitos), células brancas (ou leucócitos) e plaquetas (ou trombócitos).

O hemograma é um dos exames complementares de diagnóstico mais frequentemente requisitados e permite uma quantificação dos elementos celulares do sangue: eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Na realidade, é o exame de primeira linha no estudo da função hematológica. Contudo, uma análise atenta e cuidada dos elementos celulares implica, para além da quantificação de cada um dos tipos de células sanguíneas, o estudo da sua morfologia.

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Os Eritrócitos (ou glóbulos rubros) são as células sanguíneas mais numerosas e são anucleadas. Os Leucócitos (ou glóbulos brancos), efectores da resposta imune, incluem 5 tipos de células com funções e morfologia específicas: neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos. As Plaquetas são fragmentos citoplasmáticos com funções na hemóstase primária.

Colheita 
O sangue do indíviduo é colhido com anticoagulante (EDTA), para se evitar a coagulação do mesmo. A coleta de sangue deve ser feita com o paciente em jejum de pelo menos 12 horas, 24 horas sem prática de exercícios físicos e 48 horas sem consumo de bebida alcoólica.

GLÓBULOS RUBROS
Os glóbulos rubros (GR) definem-se por três parâmetros quantitativos: o hematócrito, a concentração de hemoglobina e a contagem de GR. Três índices adicionais permitem descrever características qualitativas médias e incluem o Volume Globular Médio (VGM), a Hemoglobina Globular Média (HGM) e a Concentração Média da Hemoglobina Globular (CMHG).


Hematócrito (Ht) –proporção do volume da amostra de sangue que é ocupado pelos GR. A forma mais apropriada para o determinar é por centrifugação, tal como descrito originalmente por Wintrobe. Expressa-se em % ou em litros por litro (L/L).

Concentração da Hemoglobina (Hb) – a hemoglobina é uma proteína dotada de uma coloração forte, o que permite a sua quantificação por métodos colorimétricos e espectofotométricos. As várias formas de hemoglobina patentes no sangue incluem a oxihemoglobina, a carboxihemoglobina e a metemoglobina, entre outras. Podem ser convertidas num único componente estável comum, a cianometemoglobina. O doseamento desta permite a determinação da concentração de hemoglobina. Expressa-se em gramas por decilitro (g/dL) do sangue total.

Contagem de Glóbulos Rubros – os métodos manuais de contagem estão em desuso pela imprecisão dos resultados. De facto, os métodos automáticos fornecem contagens mais precisas e são realizados em sangue total diluído em meio isotónico.

Anemia - descida para valores inferiores aos normais do número de GR do sangue circulante e/ou do seu conteúdo de hemoglobina. Define-se por uma concentração de hemoblogina inferior a 13 g/dl no homem e a 12 g/dl na mulher e/ou um Ht inferior a 42% no homem e a 37% na mulher. Pode manifestar-se através de diversos sintomas como palidez mucocutânea, síncope, vertigens, taquicardia, perturbações digestivas, entre outros.

Policitemia (ou poliglobulia) - aumento da percentagem de GR. Pode ser relativa (devido a perda de volume) ou absoluta (aumento da massa total de GR). Pode ser induzida por hipoxémia crónica (altitude elevada) ou ser consequência de uma doença (como nas hemoglobinopatias).

Volume Globular Médio (VGM) – o volume médio dos GR é um índice útil na classificação das anemias. A anemia classifica-se como normocítica quando os valores do VGM se encontram dentro da normalidade, macrocítica quando o VGM está elevado ou microcítica quando o VGM se encontra reduzido. É geralmente determinado por métodos automáticos, mas pode ser calculado pelo quociente entre o hematócrito e o número de glóbulos rubros. Expressa-se em fentolitros (fl ou x10-15).

Hemoglobina Globular Média (HGM) - medida do conteúdo de hemoglobina por GR. Pode ser calculada pela fórmula que se segue. Expressa-se em picogramas (pg ou x10-12). 

Concentração Média de Hemoglobina Globular (CMHG) - concentração média de hemoglobina por GR. É a base da classificação da cromia: normocromia diz respeito a CMHG dentro dos valores de referência; hipocromia traduz diminuição da coloração normal dos GR. Note-se que, salvo raras excepções (p.e esferocitose e alguns casos de hemoglobinopatias), não há hipercromia visto o CMHG nunca poder ultrapassar 36% ou 36 g/dl, que é o seu limite superior. Isto ocorre porque concentrações mais elevadas reduzem a solubilidade da hemoglobina, podendo mesma levar à sua cristalização. A CMHG pode ser calculada utilizando a fórmula apresentada. Expressa-se em g/dl ou %.

Reticulócitos – contagem de GR imaturos no sangue periférico. O seu número encontra-se aumentado quando a produção medular de GR aumenta. A sua contagem é útil para distinguir situações hipoproliferativas (p.e anemia ferropénica) e hiperproliferativas (p.e. anemia hemorrágica e hemolítica)

LEUCÓCITOS
O estudo dos leucócitos baseia-se nos seguintes parâmetros: contagem, características morfológicas, proporções relativas, maturação e modificações na inflamação. A contagem normal de leucócitos varia entre 4,3 e 10,8 x 109/L. Deste valor, 45 a 75% são neutrófilos, 16 a 45% linfócitos, 4 a 10% monócitos, 0 a 7% eosinófilos e 0 a 2% basófilos.

O aumento do número de leucócitos (>10,8 x 109/L) designa-se por leucocitose e resulta, na maioria dos casos, do aumento do número de neutrófilos (neutrofilia). As principais causas de leucocitose são: infecção/inflamação, traumatismo e leucemia/linfoma. Há algumas situações que são acompanhadas pelo aumento de um tipo específico de leucócito, pelo que a realização de um hemograma pode ter particular interesse no seu diagnóstico. Por exemplo, as infecções bacterianas acompanham-se frequentemente de neutrofilia, as infecções víricas de linfocitose e as infecções parasitárias e doenças alérgicas de eosinofilia.

A diminuição do número de leucócitos para níveis inferiores a 4,3 x 109/L designa-se por leucopenia e resulta geralmente de uma diminuição do número de neutrófilos (neutropenia). As principais causas de leucopenia são o uso de fármacos que afectam a produção de leucócitos, as terapêuticas imunossupressoras e as síndromes de imunodeficiência. Sobretudo em situações neoplásicas (linfomas e leucemias), para além da contagem dos leucócitos, é fundamental o estudo morfológico e imunológico das células.

PLAQUETAS
A variação normal da contagem das plaquetas é de 130-400 x 109/L. O aumento do número de plaquetas (>400 x 109/L ) designa-se por trombocitose e pode ocorrer, por exemplo, em associação com doenças mieloproliferativas (linfomas e leucemias). A diminuição do número de plaquetas (< 130 x 109/L) designa-se por trombocitopenia. Em grande parte dos casos de trombocitopenia ocorre autoimunidade para as plaquetas do indivíduo, embora não se conheça a causa de tal fenómeno (trombocitopenia idiopática).

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